Se muitos dos textos do primeiro volume de Antropologia estrutural são verdadeiros programas para o método estruturalista, os do segundo, publicado quinze anos depois, se dedicam a pensar os alcances do método já consolidado, a responder a críticas, a afastar mal-entendidos, além de dialogar com um público menos especializado.
O volume inclui uma reflexão sobre a formação do pensamento antropológico, destacando o lugar proeminente do filósofo Jean-Jacques Rousseau, como fundador das ciências sociais. O autor aborda temas clássicos da antropologia como ‘organização social’ e ‘mitologia e ritual’, refletindo sobre a relação entre modelos analíticos e realidade empírica. Destacam-se, ainda, os textos em que Lévi-Strauss rebate críticas, entre eles o que se dedica a esclarecer as diferenças entre o método de análise estrutural e o formalismo, próprio dos estudos literários de Vladimir Propp.
Antropologia estrutural dois traz também o célebre texto ‘Raça e história’, proferido na UNESCO em 1952 e um manifesto antirracista e em defesa da diversidade sociocultural, que questiona a pretensão ocidental à supremacia cultural, ancorada na ideologia do progresso e em atos massivos de destruição.
Про автора
CLAUDE LÉVI-STRAUSS nasceu em 28 de novembro de 1908. Formou-se em Direito e Filosofia na Sorbonne. Aos 26 anos tornou-se um dos primeiros professores da recém-criada Universidade de São Paulo. No período em que esteve no Brasil (1934-35), fez expedições entre os Bororo, os Kadiwéu e os Nambikwara, mais tarde recontadas em Tristes trópicos (1955). Em 1959 ingressou no Collège de France, onde fundou o Laboratoire d’Anthropologie Sociale. Foi um dos criadores da revista L’Homme (1961). Em 1973 passou a fazer parte da Academia Francesa. Publicou, entre outros clássicos, As estruturas elementares do parentesco (1949), O pensamento selvagem (1962) e as Mitológicas (1964-71). Em 2008 teve sua obra incluída na coleção Pléiade, da editora Gallimard. Faleceu em Paris, em 2009.