Romance publicado postumamente, em 1901, ‘A cidade e as serras’ faz uma crítica mordaz ao estilo de vida que se desenvolve na Europa em meio ao progresso material do fim do século XIX. Filho de uma abastada família portuguesa, Jacinto, o protagonista, nutre grande entusiasmo pelo brilho das cidades europeias. Mas sua estada em Paris transcorre em meio ao tédio e o vazio. Ele parte então de volta às suas origens e reencontra a paz e o contentamento na vida simples do campo. Jacinto é um grande defensor da civilização. Pensa que um homem só pode ser feliz com a presença de máquinas, de tecnologia, de veículos e de multidões. José Fernando, depois de sete anos na província, encontra Jacinto e percebe as inutilidades que a idéia de civilização gerava e como ela desgastava a vida do amigo.
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Eça de Queirós dividia sua obra em três fases. Em seus primeiros livros, ainda apresentava grande influência romântica. Em um segundo momento, abraçou a causa realista-naturalista e escreveu narrativas exemplares da estética. Na terceira fase, sem abandonar o realismo, permitiu-se voos de imaginação que o conduziram às fronteiras do estilo. Essa fase final é bem representada em A Cidade e as Serras, uma de suas últimas obras.