Por que fazer um livro sobre encarceramento, sistema de Justiça Criminal punitivo e feminismo negro? Qual é o ponto de conexão entre estas pautas? Por que prisão, punição, superencarceramento interessa às mulheres, prioritariamente às mulheres negras? Pode parecer fora de lugar falar em racismo, machismo, capitalismo e estruturas de poder em um país que tem em seu imaginário a mestiçagem e a defesa como povo amistoso celebrada internacionalmente. Contudo, parece absolutamente pertinente refletir, escrever, falar e lutar nestas pautas quando os dados estatísticos nacionais provam o contrário do discurso comemorado e largamente difundido.
Про автора
Juliana Borges é pesquisadora em antropologia na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Feminista negra intersecional, antipunitivista e antiproibicionista é colunista do Mídia Ninja e das revistas Carta Capital e Fórum. Foi articuladora política da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, assessora da Secretaria de Governo Municipal e secretária adjunta da Secretaria Municipal de Política para as Mulheres da Prefeitura de São Paulo, formada em Letras na USP (Universidade de São Paulo).