Corria o ano de 1972, corria a barca, e a Bahia mais uma vez dava a régua e o compasso da modernidade para o Brasil e o mundo. Em seu segundo LP, os Novos Baianos criavam no Rio (entre o apartamento da Conde de Irajá, em Botafogo, e o Sítio do Vovô, em Jacarepaguá) um disco que viraria uma espécie de referência do desbunde da época. Imagem brasileira da vida em comunidade que se espalhou com a contracultura, ‘Acabou Chorare’ se revelou um álbum que o tempo se encarregaria de transformar de moderno em eterno. Para contar a história do disco, e do grupo, que misturou o rock de Hendrix com a bossa de João Gilberto, o samba com o experimentalismo, o jornalista Marcio Gaspar reencontrou produtores, músicos e outros artistas que formaram a grande comunidade dos Novos Baianos. Como diz Paulinho Boca ao autor: ‘Fomos talvez os primeiros formadores de opinião da juventude brasileira… Saindo dos prédios para as praças, uma nova raça’. Lançado em 1972, mais de 50 anos depois o disco segue, deliciosamente, inevitável em todas as listas de melhores álbuns já produzidos pela música brasileira. O livro é parte da coleção Discos da Música Brasileira, das Edições Sesc SP, e tem organização do crítico musical Lauro Lisboa Garcia. A versão digital de ‘Acabou Chorare: o rock'n'roll encontra a batida de João Gilberto’ conta também com edição em inglês.
Про автора
Jornalista, escritor e produtor cultural, Marcio Gaspar foi profissional da indústria fonográfica em sua fase resplandecente. Na Som Livre-Sigla produziu, ao lado de Aretuza Garibaldi, os discos Cartola – bate outra vez, Ataulfo Alves – leva meu samba e Adoniran Barbosa – o poeta do Bixiga. Foi crítico musical e repórter especial do Jornal da Tarde e colaborador das revistas Billboard, Afinal, Qualis e Época.