‘Caetano Veloso faz a canção pensar e o pensamento cantar’, escreve o filósofo Pedro Duarte no ensaio de sua autoria que compõe o livro Objeto não identificado: Caetano Veloso 80 anos, organizado por ele. É justamente por ser esse ‘superastro’ que canta, escreve livros, filosofa e compõe músicas que estão no imaginário do país desde que surgiu na cena artística, na década de 1960, que Caetano é objeto desses e de tantos outros estudos sobre a sua obra. Mas não é só isso. Como Pedro Duarte aponta na apresentação do livro, ‘Caetano permanece o mesmo em mutação’, ou seja, uma fonte inesgotável de deleite e um prato transbordante para a crítica.
A edição traz ainda depoimentos especiais de quatro pessoas decisivas na trajetória do. artista: o grande amigo Gilberto Gil, o parceiro Jorge Mautner, o filho Moreno Veloso e a irmã Maria Bethânia – o que confere ao livro, ainda, o sentido de uma homenagem nesses 80 anos de vida.
Para o organizador, os textos reunidos mostram a amplitude e a força das canções de Caetano ao longo do tempo, escapando a todas as fórmulas prontas, combinando prazer e reflexão. ‘Os 80 anos não fazem de Caetano só passado tradicional, mas um presente inquietante e uma interrogação futura: sobre si, nós, o Brasil e mesmo o mundo. Meu coco é a prova.’
Про автора
PEDRO DUARTE é professor de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), com estágio de pós-doutorado na Cátedra Fulbright de Estudos Brasileiros na Universidade Emory. É autor, entre outros livros, de A palavra modernista: vanguarda e manifesto (2014) e Tropicália ou Panis et circencis (2018). É coautor, roteirista e curador da série de TV ‘Alegorias do Brasil’, junto com o diretor Murilo Salles (Canal Curta!, 2018).