Cinema Explícito na leitura desse título, você, leitor, terá em mãos um dos mais completos estudos em língua portuguesa sobre as representações cinematográficas do sexo, dos stag films no cinema mudo às vanguardas artísticas, das pornografias alternativas ao mainstream à estilização do sexo no cinema de autor, que politizou e escandalizou o desejo por meio de narrativas ora transgressoras e libertárias, ora confinadas em discursos normativos sobre sexo. Para tanto, são aqui revistos criticamente os conceitos de obscenidade, pornografias e erotismo em face dos seus efeitos morais (cambiáveis por censuras e tabus), estéticos e ideológicos (pelos discursos em torno da imagem do sexo e do corpo), que dinamizam diversas possibilidades de representação e questionamento. Assim, no amplo panorama descritivo e analítico o tema, Rodrigo Gerace faz perceber como as representações cinematográficas potencializaram os dilemas de cada época, provando que as imagens, das mais desfocadas às mais explícitas, são capazes de fascinar, incomodar e desestabilizar discursos, seja visualmente, por meio da cinefilia voyeurística, seja no âmbito performático e político do sexo.
Зміст
1PARA ALÉM DO BSCENO
O Efeito Obsceno no Cinema: Representação e Transgressão Sexual
Imagens do Sexo: Erotismo, Pornografia e Obscenidade
2ARQUIVO DO SEXO SILENCIOSO
Erotização no Primeiro Cinema: De Eadweard Muybridge a Thomas Edison
Pornografia no Cinema Mudo: Espetáculo e Desvendamento
3EROTIZAÇÃO E CENSURA
Erotismo e Censura no Cinema Mainstream
O Sexo Censurado: O Caso do Código Hays
4ÊXTASE NO CINEMA EXPERIMENTAL
Cinema do Desejo: Das Vanguardas ao Underground
Cinema Poético de Impacto: Do Camp ao filme-performance de Andy Warhol
5IMPÉRIO DO EROTISMO
Contracultura, Liberação e Alienação Sexual
A Sexualidade Como Discurso Político
A ‘Nova Onda’ Pornográfica: Por Dentro de Garganta Profunda
O Pornográfico em O Império dos Sentidos e Calígula
6CINEMA EXPLÍCITO CONTEMPORÂNEO
Pornografia e Novos Discursos Sexuais: Anos de 1980 e 1990
Cinema Explícito e Extremo
O Cinema Antirromântico de Catherine Breillat
Sexo e Melancolia em Shortbus
Castidade e Libertação no Cinema de Lars von Trier
7PORNOGRAFIAS CONTEMPORÂNEAS
Postporno e as Representações Alternativas do Sexo
O Sexo Como Metáfora: O Cinema de Bruce La Bruce
A DOMESTICAÇÃO DA OBSCENIDADE
Про автора
Cinema Explícito é o produto do doutorado de Rodrigo Gerace, pela Universidade Federal de Minas Gerais. O autor estagiou na Universidade Nova de Lisboa/Portugal e possui Mestrado em Artes Visuais, que gerou a tese ‘O Cinema de Lars von Trier: dogmatismo e subversão’. Formado em Ciências Sociais pela UNESP, atualmente é pesquisador, crítico e professor.
Segundo Gerace, o sexo no cinema é uma tendência que acaba por colocar em evidência certos pactos do conservadorismo. O espectador, acostumado ao sexo elipsado, às novelas que cortam da cena de beijo à cena do café da manhã, tendem a indisposição perante a explicitação do que antes era omitido. Se a pornografia é, por excelência, a explicitação do erotismo, é possível classificar certos filmes pelo tempo de sexo em tela? Qual é a diferença entre a produção da pornochanchada e filmes com Tatuagem (2013), Saló ou 120 Dias de Sodoma (1975) e Carne Trêmula (1997)? Eis aqui a reflexão necessária sobre a moral histórica de cada produção, e a mutação de conceitos velados.