Sob o pseudônimo de Dirceu, Tomás Antônio Gonzaga declara em suas liras o amor pela adolescente Maria Joaquina Doroteia de Seixas, chamada, nos poemas, de Marília. De caráter autobiográfico, Marília de Dirceu carrega um tom de confissão amorosa no qual a musa convive com a presença marcante da exaltação da natureza e da vida pastoril. Escrita, em sua maior parte, durante o exílio do autor, por seu envolvimento na Inconfidência Mineira, a obra apresenta também traços pré-românticos, como o pessimismo, a solidão, a saudade e a amargura.
Про автора
Tomás Antônio Gonzaga nasceu em Portugal, em 1744, e mudou-se para o Brasil aos sete anos. Aos dezessete, voltou para Portugal e se formou em Direito, em Coimbra. Depois de seu retorno ao Brasil, em 1782, foi nomeado ouvidor da Capitania de Minas Gerais. Acusado de envolvimento na Inconfidência Mineira, foi preso e condenado a degredo por dez anos em Moçambique. Gonzaga é um dos maiores expoentes da poesia árcade. Suas principais obras são Marília de Dirceu e Cartas chilenas, poema em formato epistolar que satiriza os abusos do governador Luís da Cunha Meneses.