‘A existência humana é, porque se fez perguntando, a raiz da transformação do mundo. Há uma radicalidade na existência, que é a radicalidade do ato de perguntar.’ É com esta citação do educador brasileiro Paulo Freire que a educadora negra estadunidense bell hooks inicia o livro Ensinando pensamento crítico: sabedoria prática.
Ensinando pensamento crítico é uma continuação do aclamado Ensinando a transgredir, lançado no Brasil em 2017. Os livros fazem parte da Trilogia do Ensino escrita por bell hooks entre os anos anos 1990 e 2000. A coleção inclui ainda Ensinando comunidade: uma pedagogia da esperança, que a Elefante lança nos próximos meses, disponibilizando para o público brasileiro a sequência completa da obra pedagógica da autora.
Ensinando pensamento crítico chega ao Brasil em uma parceria da Elefante com a ONG Ação Educativa, em uma época de retrocessos em todas as áreas, e não apenas no país; mas também em um momento em que setores da sociedade — notadamente, o movimento negro — reagem com força ao absurdo da violência cotidiana em todos os níveis de existência que, apesar dos discursos sobre igualdade, não deixa as pessoas negras respirarem.
O livro trata de inúmeros temas, como descolonização, engajamento, integridade, colaboração, transmissão oral de conhecimento, imaginação, humor, conflito, espiritualidade, sexo e, é claro, raça, gênero e classe — temas que marcam a obra de bell hooks de maneira transversal.
A autora diz que encontrou inspiração para Ensinando pensamento crítico das lições que aprendeu dos professores com os quais estudou nas escolas segregadas do Kentucky, nos Estados Unidos, nos anos 1950. ‘Para eles, a ‘boa educação’ não consistia apenas em nos dar conhecimento e nos preparar para uma profissão: era também uma formação que incentivaria o compromisso contínuo com a justiça social, especialmente com a luta por igualdade racial.’
E, como lembra Sérgio Haddad, autor de uma biografia de Paulo Freire e que gentilmente escreveu o prefácio à edição brasileira de Ensinando pensamento crítico, bell hooks defende que ‘a escola não deveria ser um lugar em que os estudantes são doutrinados para apoiar o patriarcado capitalista, supremacista branco e imperialista, mas sim onde aprendam a abrir suas mentes e se engajem em estudos rigorosos para pensar criticamente’.
Mục lục
prefácio à edição brasileira
introdução
ensinamento 1: o pensamento crítico
ensinamento 2: educação democrática
ensinamento 3: pedagogia engajada
ensinamento 4: descolonização
ensinamento 5: integridade
ensinamento 6: propósito
ensinamento 7: colaboração
ensinamento 8: conversação
ensinamento 9: contar histórias
ensinamento 10: compartilhar histórias
ensinamento 11: imaginação
ensinamento 12: palestrar ou não
ensinamento 13: humor na sala de aula
ensinamento 14: hora de chorar
ensinamento 15: conflito
ensinamento 16: revolução feminista
ensinamento 17: negra, mulher e acadêmica ensinamento 18: aprendizado que supera o ódio
ensinamento 19: honrar os professores
ensinamento 20: professores contra o ensino ensinamento 21: autoestima
ensinamento 22: o prazer da leitura
ensinamento 23: vida intelectual
ensinamento 24: a escrita de livros infantis
ensinamento 25: espiritualidade
ensinamento 26: o toque
ensinamento 27: amar novamente
ensinamento 28: transformação feminista ensinamento 29: para além da raça e do gênero ensinamento 30: falar sobre sexo
ensinamento 31: ensino, profissão de profeta ensinamento 32: sabedoria pragmática
índice remissivo
sobre a autora
Giới thiệu về tác giả
bell hooks é uma das mais importantes intelectuais feministas da atualidade. Nasceu em 1952 em Hopkinsville, então uma pequena cidade segregada do Kentucky, no sul dos Estados Unidos. Batizada como Gloria Jean Watkins, adotou o pseudônimo pelo qual ficou conhecida em homenagem à bisavó, Bell Blair Hooks, ‘uma mulher de língua afiada, que falava o que vinha à cabeça, que não tinha medo de erguer a voz’. Como estudante, passou pelas universidades de Stanford, Wisconsin e Califórnia, e lecionou nas universidades Yale, do Sul da Califórnia e New School, em Nova York. Em 2014, fundou o bell hooks Institute. É autora de mais de trinta livros sobre questões de raça, gênero e classe, educação, crítica de mídia e cultura contemporânea, entre eles Olhares negros: raça e representação (Elefante, 2019), Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra (Elefante, 2019) e Anseios: raça, gênero e políticas culturais (Elefante, 2019).