O México entra na onda progressista em um momento em que o resto do continente vive a sua ressaca. Como explicar esta contradança, em que o México parece ir para a esquerda, quando a maior parte da América do Sul vai para a direita?
Este livro é expressão de um processo coletivo: ao longo de 2018, um grupo de estudantes e professores de distintas universidades de São Paulo se reuniu para discutir o México. Foi a quinta edição do programa de extensão universitária ‘Realidade Latino-Americana’ da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que desde 2014 enfoca, a cada ano, um ou dois países da região.
Inicialmente, estudou-se a história mexicana em encontros quinzenais, problematizando os dilemas atuais do país e suas relações internacionais. Na segunda fase, 29 participantes realizaram a viagem técnica de pesquisa percorrendo quatro cidades (Cidade do México, Puebla, Oaxaca e San Cristóbal de las Casas), nas quais foram realizadas mais de vinte atividades. A terceira etapa envolve seminários públicos e a realização deste livro.
Em julho de 2018, quando o grupo estava em pleno processo de formação, López Obrador elegeu-se presidente do país. Meses depois, o início do trabalho de campo no México coincidiu com a posse do novo presidente. Muitos assistiram ao seu primeiro discurso no Zócalo, principal praça na capital do país. As perguntas que o grupo se colocou foram moduladas por este importante acontecimento: a primeira vitória de um candidato de esquerda, no segundo maior país do continente.
Aos olhos brasileiros, o entusiasmo vivido por muitos mexicanos tem o sabor amargo de algo já visto. A persistência eleitoral de López Obrador, as alianças que fez no caminho e as expectativas de mudança que desperta parecem reprisar uma novela que não vale a pena ver de novo. Porém, a história não tem reprise e o México não é o Brasil. Daí a necessidade de entender as particularidades deste país, para interpretar o que está acontecendo.
Mục lục
PARTE I: CONTEXTO
O que foi a Revolução Mexicana?
Por que as elites mexicanas optaram pelos Estados Unidos e pela liberalização econômica?
Qual a diferença entre as crises de 1982, 1994 e 2008?
Por que o México não entrou na onda progressista?
PARTE II: RADIOGRAFIA
É possível para o México romper relações com os Estados Unidos?
Qual a situação do mundo do trabalho?
A questão agrária no México: a terra é uma saída?
Por que tantos mexicanos migram para os Estados Unidos?
O México é importante para os Estados Unidos?
Qual o perfil do setor industrial mexicano?
O México é extrativista?
De onde vem a ‘guerra às drogas’ mexicana?
Por que as forças armadas fazem segurança pública?
Qual a relação do Estado com a economia criminal?
Guerra às drogas: o fim da novela ou um novo capítulo?
O que aconteceu com os 43 estudantes desaparecidos de Ayotzinapa?
O que é o feminicídio no México?
O que mudou na educação com as reformas neoliberais?
Como o México se converteu em um importador de petróleo?
Segurança alimentar: por que tantos obesos e desnutridos?
Combate ou gestão da pobreza nas políticas públicas?
O Bolsa Família veio do México?
PARTE III: LUTAS
Como entender a tradição de lutas por autonomia no México?
O que são autodefesas? O caso de Cherán
Como está o zapatismo?
Como os movimentos sociais veem López Obrador?
PARTE IV: MUDANÇAS, CONTINUIDADES
Mudança de governo, não de regime
Lula e Obrador: semelhanças?
Obrador e Bolsonaro: convergências?
REFLEXÕES FINAIS
VITÓRIA DA MUDANÇA OU GESTÃO DA CRISE?
Giới thiệu về tác giả
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