Por milênios e constantemente, a maioria das tradições espirituais ignorou o tema do erotismo e da sexualidade. Outros, simples e infelizmente, reprimiram e condenaram sem eufemismos, tendo por esta atividade sagrada – que não é nem mais nem menos que aquela que torna possível a continuação da vida – apenas palavras ásperas, gestos de condenação da natureza. diferentes e castigos para quem se atreve a praticá-lo e, sobretudo, goza-o sem preconceitos ou faltas de qualquer espécie. Poucas foram as tradições e doutrinas que, embora ocupando o espírito humano, consideraram que o gozo sexual era uma forma (e não menos) de alcançar o equilíbrio e a elevação espirituais. Tantra é um deles. E é necessário compreender o Tantra em sua medida certa e em todo o seu alcance. Tradição de origem oriental (indiana, em particular) no Ocidente, o sexo tântrico costuma ser quase sinônimo de técnicas de controle da ejaculação. É verdade que o Tantra recomenda retardar a ejaculação para que o casal possa desfrutar melhor e por mais tempo a união carnal. Mas o sexo tântrico não termina aí, sua riqueza é infinitamente maior. O Tantra prega o cultivo da sexualidade durante e fora do No que diz respeito especificamente ao ato sexual, que para o tantrismo tem o estatuto de ritual sagrado que recebe o nome de maithuna, o tantra ensina posturas, abunda em referências aos diferentes tipos de beijos e carícias que os amantes podem esbanjar, obras (ou seja) com a ideia de que milênios depois o Ocidente irá descobrir e chamar zonas erógenas e descrever rituais sexuais tântricos nos quais o divino é filtrado no ato carnal, permitindo que os amantes fluam para outros planos de existência. Claro, ele também recomenda técnicas de controle da ejaculação.