O que é o amor, afinal? Será esta uma pergunta tão subjetiva, tão opaca? Para bell hooks, quando pulverizamos seu significado, ficamos cada vez mais distantes de entendê-lo. Neste livro, primeiro volume de sua Trilogia do Amor, a autora procura elucidar o que é, de fato, o amor, seja nas relações familiares, românticas e de amizade ou na vivência religiosa. Na contramão do pensamento corrente, que tantas vezes entende o amor como sinal de fraqueza e irracionalidade, bell hooks defende que o amor é mais do que um sentimento — é uma ação capaz de transformar o niilismo, a ganância e a obsessão pelo poder que dominam nossa cultura. É através da construção de uma ética amorosa que seremos capazes de edificar uma sociedade verdadeiramente igualitária, fundamentada na justiça e no compromisso com o bem-estar coletivo.
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Em uma sociedade que considera falar de amor algo naïf, a proposta apresentada por bell hooks ao escrever sobre o tema é corajosa e desafiadora. E o desafio é colocarmos o amor na centralidade da vida. Ao afirmar que começou a pensar e a escrever sobre o amor quando encontrou ‘cinismo em lugar de esperança nas vozes de jovens e velhos’, e que o cinismo é a maior barreira que pode existir diante do amor, porque ele intensifica nossas dúvidas e nos paralisa, bell hooks faz a defesa da prática transformadora do amor, que manda embora o medo e liberta nossa alma. Assim, ela nos convoca a regressar ao amor. Se o desamor é a ordem do dia no mundo contemporâneo, falar de amor pode ser revolucionário.
— Silvane Silva, no Prefácio à edição brasileira
关于作者
bell hooks é uma das mais importantes intelectuais feministas da atualidade. Nasceu em 1952 em Hopkinsville, então uma pequena cidade segregada do Kentucky, no sul dos Estados Unidos. Batizada como Gloria Jean Watkins, adotou o pseudônimo pelo qual ficou conhecida em homenagem à bisavó, Bell Blair Hooks, ‘uma mulher de língua afiada, que falava o que vinha à cabeça, que não tinha medo de erguer a voz’. Como estudante, passou pelas universidades de Stanford, Wisconsin e Califórnia, e lecionou nas universidades Yale, do Sul da Califórnia e New School, em Nova York. Em 2014, fundou o bell hooks Institute. É autora de mais de trinta livros sobre questões de raça, gênero e classe, educação, crítica de mídia e cultura contemporânea, entre eles Olhares negros: raça e representação (Elefante, 2019), Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra (Elefante, 2019), Anseios: raça, gênero e políticas culturais (Elefante, 2019) e Ensinando pensamento crítico: sabedoria prática (Elefante, 2020).