Esse pequeno livro nasceu em meio ao isolamento causado pela covid-19. Brotou da saudade da rua, dos amigos, das aglomerações. Sempre nesses tempos difíceis nossa mente tende a nos remeter ao passado. Uma época que nos parece sempre melhor. Sabemos que é um engano, mas sempre caímos nessa.
O volume é composto de micronarrativas de até cem palavras, excetuando-se os títulos. Espécies de cronicontos, seguindo os passos do mestre Drummond. Homenageiam minha aldeia: o bairro da zona norte chamado Andaraí, que na língua tupi significa algo como ‘rio dos morcegos’, possivelmente se referindo ao atual rio Joana, que banha nossas terras.
Hoje é arrabalde pequeno, mas já foi bem maior antes de ser devorado pela especulação imobiliária e um ou outro decreto municipal. Já fora, inclusive, reconhecido em sua extensão máxima com a denominação de Andarahy Grande.
Esses escritos são stories, assim como os que estão na moda se fazer em redes sociais. Postagens rápidas, instantâneos que duram 24 horas e trazem um momento específico.
Efêmeros como nossos tempos, esparsos como as memórias.
O livrinho, chamado assim com o carinho que só os diminutivos conseguem, é simples. Escrito para gente simples, de proposta simples, embora nascido em tempos muito complexos.
关于作者
Fábio Carvalho é Mestre em Ensino de História (FFP/UERJ) e professor do Ensino Público Municipal das cidades do Rio de Janeiro e de Duque de Caxias. Atuou como apresentador e um dos roteiristas do programa Tempo de Estudar- História (7º ano), da Multi Rio. Atua no Coletivo Filhos do Joana que busca a valorização e a revitalização do bairro do Andaraí, no Rio de Janeiro. No futebol é Flamengo. No carnaval, seu coração se divide entre a Flor da Mina, da qual foi pesquisador do Departamento Cultural em 2019, e o Salgueiro.