Esse livro pretende pensar o campo cinematográfico centrando-se na flexão que a mediação da máquina câmera impõe à sua imagem. A exposição é desenvolvida a partir de três conceitos básicos: o sujeito que sustenta a câmera na tomada, as potencialidades reflexas da fôrma câmera e a fruição do espectador, conforme lançada e rebatida da tomada. O texto inspira-se em metodologia fenomenológica e, no capítulo inicial, apresenta um panorama sobre o primeiro pensamento de cinema que nela se baseou. No segundo e no terceiro capítulos, o autor desenvolve os conceitos de sujeito-da-câmera e de circunstância da tomada, utilizados para caracterizar a aparência reflexa das figuras que compõem a imagem-câmera.
Obra que dialoga com o horizonte da teoria do cinema, é destinada a pesquisadores e cinéfilos que procuram pensar a sétima arte desde um horizonte conceitual mais denso. Explorando e polemizando com diversas tendências que marcaram o pensamento sobre cinema no século XX, busca inspiração para analisar formas cinematográficas contemporâneas. Papirus Editora
表中的内容
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
Sobre o que vem conformar a imagem na circunstância da tomada
Introdução à análise da imagem-câmera em movimento
Som e música do movimento
1. IMAGENS DO MUNDO: PENSAMENTO SOBRE CINEMA NO HORIZONTE DA FENOMENOLOGIA
Bazin: O gosto pela intensidade do mundo
Laffay: O cinema como arte do presente
Ayfre: Ambiguidade e mistério
Merleau-Ponty: A imagem cinematográfica expressa um comportamento
Meunier: Experiência fílmica e posição de existência
Mitry: A fronteira com a semiologia
2. O SUJEITO-DA-CÂMERA
A câmera no mundo
A câmera e seu sujeito fundam o sujeito-da-câmera
Monólogo do espectador em face do sujeito-da-câmera
Tempo da tomada
Deleuze e a crítica fenomenológica
Visão do espaço sideral
A morte do sujeito-da-câmera
Imagem-câmera ao vivo
Presença na alteridade radical
Rompimento da tessitura ficcional da imagem
Imagem-qualquer e mundo ordinário
Composição narrativa e imagem-qualquer
Retrato e imagem-câmera familiar
Ainda sobre a imagem-câmera familiar
3. A IMAGEM-CÂMERA COMO FORMA REFLEXA
Formas reflexas e superfícies refletoras
A imagem-câmera em movimento e suas figuras reflexas
Crítica e desconfiança da forma reflexa
Bonitzer/Oudart e a sutura do campo cinematográfico
A imagem cheia
A manipulação restrita da forma
A revelação do sujeito-da-câmera
O cinema é como um vulcão, o cinema é cachoeira
No mundo tudo é número
A presença transfigurada: Tomada e exibição
O truque do cinema
O truque do movimento
O movimento da imagem-câmera
Esculpir o tempo
O tempo do movimento da imagem
Medida da presença: O que dura pelo que se move
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
关于作者
ernão Pessoa Ramos é professor titular do Departamento de Cinema do Instituto de Artes da Unicamp e coordena o Centro de Pesquisas em Cinema Documentário (Cepecidoc) dessa instituição. Foi presidente fundador da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine), dirigindo a entidade de 1997 a 2001. Autor de Mas afinal… O que é mesmo documentário? (Senac, 2008) e Cinema marginal (1968-1973), a representação em seu limite (Brasiliense, 1987) é também organizador e coautor dos livros Enciclopédia do cinema brasileiro (Senac, 2012), História do cinema brasileiro (Ar Editora, 1987), e Teoria contemporânea do cinema, 2 volumes (Senac, 2005). Coordena ainda a coleção Campo Imagético da Papirus Editora.