Os filhos da Coruja nasce a partir de um texto inédito. Um poema escrito à mão, com data de 5 de setembro de 1923 e assinado por J. Calisto, um dos muitos pseudônimos que Graciliano Ramos utilizou, principalmente no início da carreira literária, para não revelar sua autoria — ainda que já deixasse clara uma de suas principais facetas, a de um observador atento da sociedade e cultura brasileiras.
Inspirado na fábula ‘A águia e o mocho’, de La Fontaine, Os filhos da Coruja abre espaço para leituras diversas e, em seu ineditismo, dialoga com a obra completa de Graciliano e com toda uma vasta tradição literária.
Com pinturas de Gustavo Magalhães e pesquisa e organização de Thiago Mio Salla, o livro entrega o que há de melhor no autor: o caráter abertamente crítico, que revela aquilo que Antonio Candido, um dos nossos grandes intelectuais, chamaria de ‘pesquisa progressiva da alma humana’. Não dá para discordar.
关于作者
Graciliano Ramos de Oliveira nasceu em 1892, no município de Quebrangulo, Alagoas. Considerado um dos maiores escritores da literatura nacional, é autor de clássicos como Angústia (1936), Vidas secas (1938) e Memórias do cárcere (1953). Antes de se dedicar prioritariamente à literatura, atuou como jornalista, comerciante, educador e político. Em 1936, com a onda repressiva que antecedeu o Estado Novo, foi preso arbitrariamente. Depois de deixar o cárcere, fixou residência no Rio de Janeiro, onde morreu em 1953.
Gustavo Magalhães nasceu em 1998, em Goioerê, Paraná, e atualmente vive em Curitiba. Artista visual formado pela Universidade Estadual do Paraná, tem produzido pinturas desde 2013, nas quais propõe temas como violência, raça e identidade, além de questões próprias da técnica. Suas obras já foram expostas em museus, galerias e espaços culturais pelo país.