Os trabalhadores de Manchester que marcharam para Saint Peter’s Field em 1819 e os trabalhadores de Glasgow que entraram em greve no ano seguinte pelo direito ao voto não tinham o socialismo por objetivo, nem o marxismo por teoria. É uma grande e desoladora ironia histórica que, depois da devastação material e ideológica realizada pelo stalinismo, o mesmo seja verdade para a maioria dos trabalhadores hoje, e não só na China. Não existem, pois, analogias inteiramente adequadas para descrever nossa atual situação, e não deveríamos, então, esperar encontrar modelos estratégicos ou organizacionais prontos para uso imediato. O que podemos prever de nossa experiência até agora é que o desenvolvimento desigual e combinado continuará a exercer o papel de vomitar conjunturas revolucionárias, cujos desdobramentos, como sempre, não podem ser previstos de antemão.
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NEIL DAVIDSON – o intelectual mais significativo da esquerda radical escocesa – morreu no início de maio de 2020 de um tumor cerebral. Ele tinha 62 anos. Nasceu em Aberdeen, no norte da Escócia, de uma família de trabalhadores […]. Com seu trabalho intelectual ganhando proeminência, em meados dos anos 2000 Davidson obteve um posto na University of Strathclyde, transferindo-se subsequentemente para o departamento de Sociologia da University of Glasgow, onde encontrou colegas com ideias afins. Durante esse período, o escopo do seu trabalho ampliou-se, com publicações sobre marxismo teórico, nacionalismo, extrema direita e neoliberalismo, enfocando, às vezes, as manifestações de tais problemas na Escócia
Steve Edwards (Texto da apresentação)
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