O vampiro é um personagem que exerce inegável fascínio no leitor do dias de hoje. Na verdade, desde o século XIX, essa terrível criatura tem conquistado uma legião de fãs mundo afora e povoado nosso imaginário, seja nos livros ou nas telas cinematográficas. Este volume da coleção Medo e Mistério reúne duas das melhores histórias de vampiro de todos os tempos, de autoria de dois mestres da narrativa fantástica: A morta apaixonada, de Théophile Gautier, e O vampiro de Roterdam, de Sheridan Le Fanu. Trata-se de duas obras-primas que concorreram para estabelecer o gênero na literatura francesa e britânica.
关于作者
Pierre Jules Théophile Gautier nasceu na cidade de Tarbes em 30 de agosto de 1811. Sua família mudou-se para Paris três anos depois. Estudou nas melhores escolas da capital francesa, onde conheceu os escritores Gérard de Nérval e Victor Hugo, que exerceram influência em sua carreira literária. Dizem que Hugo foi quem o direcionou para a literatura. Como grande parte dos escritores de seu tempo, exerceu a profissão especialmente através da imprensa. Gautier obteve reconhecimento em vida, tendo recebido, entre outras honrarias, a comenda da Légion d’Honneur, e presidido a Sociedade Nacional de Belas Artes. No entanto, apesar de ter seu nome ligado ao Romantismo na França, não conseguiu ser admitido à Academia Francesa, para a qual se candidatou três vezes. No âmbito pessoal, Gautier, um grande admirador do balé, apaixonou-se pela bailarina italiana Carlotta Grisi, que estrelou Giselle, espetáculo de dança em dois atos, cujo libreto é de coautoria do próprio Gautier. A bailarina não correspondeu aos sentimentos do escritor, que, no entanto, se casou com a irmã dela, a cantora Ernestina Grisi, com quem teve duas filhas. Gautier frequentou a corte de Napoleão III, à qual foi levado pelas mãos da princesa Mathilde Bonaparte, cujo salão literário o autor animava. Como escritor, revelou-se um polígrafo, tendo se dedicado aos mais variados gêneros: poesia, romances, contos, dramaturgia, crítica de literatura e de artes. Além disso, teve presença constante na vida literária de Paris, conhecendo e sendo amigo dos mais famosos escritores franceses de seu tempo. Théophile Gautier morreu em 23 de outubro de 1872, em Paris, de problemas cardíacos. O poeta Charles Baudelaire dedicou a ele sua obra-prima, As flores do mal.
Joseph Thomas Sheridan Le Fanu nasceu em 28 de agosto de 1814, em Dublin, na Irlanda, que ainda não era independente do Reino Unido. Estudou Direito no Trinity College da Universidade de Dublin, mas logo passou a atuar no jornalismo que, à época, incluía a publicação de textos de ficção. Seus primeiros textos foram publicados na Dublin University Magazine, da qual ele viria a ser editor e proprietário. Le Fanu casou-se em 1844 com Susanna Benett, com quem teve quatro filhos. O casal passou por dificuldades financeiras nos primeiros anos. Mais tarde, por volta de 1856, a saúde mental da esposa tornou-se o principal problema da família. Susanna teve frequentes surtos, diagnosticados como ataques histéricos e veio a falecer, em circunstâncias não esclarecidas, em 1858. Le Fanu culpava-se pela morte da esposa e sofreu muito com a sua perda, tendo parado de escrever e publicar até 1861. Vivia de seus rendimentos como editor, carreira em que foi bem-sucedido, tendo sido proprietário, entre outros veículos, do Dublin Evening Mail, que era o maior jornal da cidade, do qual Bram Stoker foi crítico teatral. O jornal é mencionado nos contos de Dublinenses, de James Joyce. Como escritor, o sucesso de Le Fanu ocorreu em 1864, com a publicação do romance policial Uncle Sillas, em Londres. Sheridan Le Fanu morreu em Dublin, em 7 de fevereiro de 1873. Há uma rua e um parque batizados com seu nome nessa cidade.