A intensificação indevida da sensorialidade, que ocorre na mente, pode representar uma catástrofe para o desenvolvimento do espírito. Quando a sensorialidade rege o comportamento, o ser humano não ultrapassa certos limites e, frequentemente, é envolvido pela destrutividade.
Mas a consciência dessa situação pode conduzir a modificações essenciais na interioridade. Então, facilita o surgimento de espaços amplos e abertos, mobilidade, imagens artísticas, silêncio e perplexidade, entre outros aspectos Tais experiências dirigem-se a um alargamento global do espaço mental, necessário ao aperfeiçoamento do processo de humanização.
É o horizonte do ‘homem novo’, cuja expressão aponta para uma mudança global do nível de consciência. Não se trata, porém, do homem do neoliberalismo, do pós-modernismo, do exoterismo ou da ultratecnologia. Ele potencializa habilidades que estão contidas no homem moderno, mas prioriza o resgate da interioridade sensível, profunda e alargada.
关于作者
WALTER TRINCA é graduado em Psicologia pela antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Obteve os títulos de Mestre em Psicologia Clínica, Doutor em Ciências, Livre-Docente e Professor Titular pelo Instituto de Psicologia da USP. Por muitos anos, foi docente do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP, onde lecionou as disciplinas Psicoterapia de Base Psicanalítica e Diagnóstico Psicológico nos cursos de Graduação e Pós-Graduação. Orientou diversas teses de doutorado e dissertações de mestrado. Supervisionou o atendimento a clientes da Clínica Psicológica dessa instituição. Durante quatro anos, foi coordenador do Programa de Pós-Graduação na área de concentração de Psicologia Clínica. É especialista em pesquisa, já orientou e supervisionou cerca de 60 projetos relevantes na área da Psicologia Clínica. Também desenvolveu vários projetos próprios, destacando-se, entre eles, as contribuições à metodologia do Diagnóstico Psicológico, as formas de pensamento clínico, o estudo psicanalítico das fobias, a arte interior do psicanalista e a descrição das experiências de imaterialidade. Estas abriram campo para se repensar a experiência humana como um todo, inclusive as funções da arte, da filosofia, da ciência e da religião.