Obra do escritor russo Liev Tolstói, publicada em 1886, retrata a história de um juiz de instrução bem posicionado socialmente que fica doente de uma hora para outra. Ao se confrontar com a morte, Ivan Ilitch começa a perceber o vazio de uma vida baseada em aparências. Sua percepção se amplia à medida que observa a reação à doença da família e dos colegas de trabalho, para quem ele havia se tornado um estorvo a ser evitado. A narrativa, célebre pela profundidade que atinge em menos de cem páginas, é um acerto de contas de Ivan Ilitch consigo mesmo, quando se vê na mais absoluta solidão. Considerada por muitos literatos a mais perfeita novela da literatura universal, A morte de Ivan Ilitch ganha versão em HQ pelas mãos do quadrinista Caeto (premiado por Memória de elefante), com base na tradução de Boris Schnaiderman.
Sobre el autor
Liev Nikoláievitch Tolstói (1828-1910) nasceu em 1828 em Iásnaia-Poliana, na Rússia. Um dos principais nomes da literatura russa do século XIX. Entre suas obras mais conhecidas figuram os romances Guerra e paz e Ana Karênina. Membro da nobreza, serviu no exército durante as guerras do Cáucaso, experiência que o converteu ao pacifismo. De espírito inquieto e idealista, passou por várias crises, até se tornar um cristão libertário, criticando as instituições eclesiásticas e sendo excomungado. Tentou renunciar a suas propriedades em favor dos pobres, mas foi impedido pela família. Faleceu aos 82 anos, na estação ferroviária de Astapovo, após fugir de casa para isolar-se em um mosteiro. Seus pensamentos de anarquismo cristão foram uma grande influência para Mahatma Gandhi, com quem Tolstói trocou cartas até o fim da vida.
Caeto é artista plástico, ilustrador e quadrinista. Estudou quadrinhos no Estúdio Pinheiros com o professor Domingos Takeshita. No mercado editorial desde 2000, colaborou com publicações culturais e trabalhou como ilustrador para diversas editoras. Foi editor das revistas independentes Sociedade Radioativa e Glamour Popular, na qual publicou suas histórias em quadrinhos. Em 2010 lançou, pelo selo Quadrinhos na Cia., da editora Companhia das Letras, sua HQ autobiográfica Memória de elefante.