Duas solidões: um diálogo sobre o romance na América Latina é o registro de uma conversa entre dois vencedores do Prêmio Nobel, García Márquez e Vargas Llosa, ocorrida em 1967. Essa edição conta com textos de Eric Nepomuceno, Pilar del Río e Socorro Acioli, além de um encarte com fotos que eternizaram o encontro desses dois gênios literários.
Em setembro de 1967, Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa se encontraram em Lima para debater a literatura latino-americana. Gabo já havia vendido milhares de exemplares de Cem anos de solidão. Vargas Llosa tinha acabado de ganhar o Prêmio Rómulo Gallegos por A casa verde. Hoje, eles são considerados dois dos maiores expoentes da literatura em língua espanhola do mundo, mas, na época, estavam no início da carreira de romancistas.
O encontro foi gravado e, logo depois, a Universidade de Lima publicou uma transcrição da conversa, intitulada La novela latinoamericana, que rapidamente foi esquecida.
Duas solidões: um diálogo sobre o romance na América Latina é o encontro de dois grandes escritores, dois gênios literários, dois pontos de vista diferentes sobre literatura, dois temperamentos de certo modo contraditórios. A literatura latino-americana vivia seu boom, uma época em que o termo ‘realismo mágico’ sequer havia sido cunhado. Nestas páginas apaixonantes, o leitor assiste a uma conversa sem igual.
Além da conversa entre os dois vencedores do Nobel, esta edição conta ainda com introdução de Eric Nepomuceno, tradutor de grandes obras de Gabo e amigo pessoal do autor, e também com textos de Socorro Acioli, autora de A cabeça do santo e aluna de Gabo na oficina de criação ‘Como contar um conto’, e Pilar del Río, jornalista, escritora, tradutora, viúva de Saramago e presidenta da Fundação José Saramago. Ao final do volume, temos uma entrevista com Vargas Llosa sobre a vida e a obra do autor colombiano e um encarte com fotos que registram o encontro dos dois escritores.
‘Há lições mais valiosas nesse livro do que em qualquer curso de literatura.’ – Juan Gabriel Vásquez
‘Houve milhares de conversas literárias sobre esse tema, especialmente agora, no período de pandemia. Mas esta, lida mais de meio século depois de ter sido escrita, e após tanta água literária passada debaixo da ponte, traz questões fundamentais.’ – Sergio Ramírez, El País
Circa l’autore
Gabriel García Márquez (1927-2014) foi um escritor colombiano. Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1982, foi, além disso, autor de novelas, contos, ensaios, críticas de cinema e roteiros e um intelectual comprometido com os grandes problemas de nossa época. Expoente máximo do ‘realismo mágico’, é criador de um dos mundos ficcionais mais pessoais do século XX. Entre suas obras estão os romances Cem anos de solidão, Ninguém escreve ao coronel, Relato de um náufrago, Crônica de uma morte anunciada, O veneno da madrugada, O general em seu labirinto, O amor nos tempos do cólera e Memória de minhas putas tristes; o livro de contos Doze contos peregrinos; e a autobiografia Viver para contar.
Mario Vargas Llosa é um escritor hispano-peruano (1936). Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2010, sua narrativa abriu um caminho fértil para toda a literatura em língua espanhola. Entre seus livros, considerados clássicos e merecedores de alguns dos mais importantes prêmios internacionais, estão os romances Conversa no Catedral, Pantaleão e as visitadoras, Tia Julia e o escrevinhador, A guerra do fim do mundo, História de Mayta, Quem matou Palomino Molero?, Lituma nos Andes, Os cadernos de dom Rigoberto, A festa do bode, O paraíso na outra esquina, Travessuras da menina má, O sonho do celta, O herói discreto, Cinco esquinas e Tempos ásperos, além de livros de contos, obras de teatro, ensaios e memórias.