O leitor encontra neste volume duas obras célebres de Santo Agostinho: Solilóquios e A vida feliz. As duas são de cunho filosófico, redigidas em forma de diálogo. Neoconvertido, Agostinho se refugia com sua mãe, seu filho e alguns amigos em Cassicíaco, nos arredores de Milão. Meta primeira das preocupações de Agostinho: conhecer o Deus-Verdade-Sabedoria-Beatitude e conhecer a alma. A comovente oração inicial dos Solilóquios está inserida entre pérolas da literatura cristã de todos os tempos. Os Solilóquios servem de prelúdio das Confissões. Aqui Agostinho se submete como discípulo da razão que o instrui nas verdades de que está faminto: ‘Interrogo a mim mesmo e me respondo, como se fôssemos dois: a razão e eu… Donde o nome de ‘Soliloquia’ dado a essa obra’. Já na obra A vida feliz, Agostinho se empenha na discussão sobre o problema da felicidade, reflexão que se prolongará por toda a sua vida. Todos os grandes filósofos da Antiguidade dedicavam-se à filosofia como caminho que conduz à felicidade. Para Agostinho, não há vida feliz a não ser no perfeito conhecimento de Deus. Ontem como hoje, quem não será impelido na busca da felicidade?
Circa l’autore
Santo Agostinho (354-430) foi um filósofo, escritor, bispo e importante teólogo cristão do norte da África, durante a dominação romana. Suas concepções sobre as relações entre a fé e a razão, entre a Igreja e o Estado, dominaram toda a Idade Média. Santo Agostinho, conhecido também como Agostinho de Hipona, nasceu em Tagaste, cidade da Numídia (atual Argélia), no dia 13 de novembro de 354. Sua infância e adolescência transcorreram principalmente em sua cidade natal, em um ambiente limitado por um povoado perdido entre montanhas. Seu pai era pagão e sua mãe, uma cristã devota que exerceu grande influência sobre a conversão do filho.