Como ampliar os direitos das brasileiras, contando com o apoio de mais mulheres, de diferentes vertentes políticas? Em um momento de extremo embate, com o governo mais conservador desde a redemocratização e em meio a inúmeras investidas para retroceder direitos conquistados ao longo dos anos, essas são questões latentes.
Nesta obra, as pesquisadoras Beatriz Della Costa, Camila Rocha e Esther Solano apresentam uma minuciosa pesquisa feita com mulheres de vários espectros sociais e ideológicos para entender consensos e dissensos no que diz respeito ao feminismo e aos direitos das mulheres hoje. Uma pesquisa quantitativa realizada pelo instituto Big Data complementa a obra, que traz uma espécie de guia de ação política para conversas com mulheres que se denominam conservadoras, com o propósito de encontrar valores básicos que unam mulheres de campos políticos diferentes e assim construir uma agenda em comum para todas as brasileiras.
‘A despeito de suas muitas diferenças, praticamente todas aquelas com quem conversamos almejavam ser mulheres empoderadas. Todas afirmavam que o machismo as prejudicava em seu cotidiano e desejavam ser autônomas, independentes dos homens tanto material como emocionalmente, e livres para alcançar seus objetivos de vida. A grande diferença que separa as mulheres que se identificam como conservadoras das demais é a importância que as primeiras conferem ao papel desempenhado pela mulher dentro da família e à harmonia do lar; é fato, porém, que todas ressaltam a importância de políticas públicas que permitam que as mulheres conciliem o trabalho fora de casa e o cuidado com a família.’
Over de auteur
Beatriz Della Costa é codiretora e cofundadora do Instituto Update, organização que estuda e fomenta a inovação política na América Latina. Formada em ciências sociais pela PUCSP, possui mais de quinze anos de experiência no terceiro setor em projetos voltados à inovação pública e política. Desenvolveu projetos audiovisuais como a série Política: modo de usar e Política: modo de fazer (Globo News e Maria Farinha Filmes) e é idealizadora do projeto Eleitas (Quebrando o Tabu e Maria Farinha Filmes), estudo e série documental sobre mulheres eleitas na América Latina.
Camila Rocha é doutora e mestre em ciência política pela Universidade de São Paulo, onde também obteve seu bacharelado em ciências sociais. Ganhadora dos prêmios de melhor tese de doutorado da Associação Brasileira de Ciência Política e Tese Destaque USP na área de ciências humanas, é autora de Menos Marx, Mais Mises: o liberalismo e a nova direita no Brasil (Todavia, 2021) e coautora de The Bolsonaro Paradox (Springer-Nature, 2021). Atua como assessora parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo, consultora e coordenadora de pesquisas qualitativas para o terceiro setor.
Esther Solano é doutora em ciências sociais pela Universidade Complutense de Madri e professora do curso de relações internacionais da Universidade Federal de São Paulo. É coautora de The Bolsonaro Paradox (Springer-Nature, 2021) e organizadora de vários livros sobre política contemporânea, entre os quais O ódio como política: a reinvenção das direitas no Brasil (Boitempo, 2018), As direitas nas redes e nas ruas: a crise política no Brasil (Expressão Popular, 2019) e Brasil em Colapso (Unifesp, 2019).