Interdisciplinaridade, transdisciplinaridade, entre outros conceitos, ligados às possibilidades de interfaces entre áreas do conhecimento, têm sido temas cada vez mais atuais e necessários para a formação intelectual de cabeças bem-feitas, lembrando o que nos ensinam Edgar Morin e Gilles Deleuze, entre outros grandes pensadores.
Ciente disso é que Márcia Fusaro trata de literatura não pelo viés convencional, mas por meio de um diálogo muito original e singular com a ciência. Aborda Clarice Lispector não pelo viés convencional da 'escritora hermética e difícil’, já tantas vezes revisitado, mas por meio das influências científicas identificáveis nas sutilezas dos interesses narrativos dessa grande escritora brasileira.
Assim, o diálogo entre literatura e ciência se faz flecha em movimento espiralado e compatível com as metáforas de mudanças, fluxos, acasos, indeterminações, liquefações, entre outras tantas, próprias do pensamento muito moderno e contemporâneo. A intenção é que essa flecha se direcione ao alvo de novas e possíveis ousadias de reflexão.
O autorze
Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC-SP). Mestra em História da Ciência (PUC-SP). Especialista em Língua, Literatura e Semiótica (USJT). Professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Gestão e Práticas Educacionais (PROGEPE) e da Licenciatura em Letras da Universidade Nove de Julho. Autora de diversos artigos, líder e membro de grupos de pesquisa da Universidade Nove de Julho-UNINOVE e da PUC-SP chancelados pelo CNPq.