Publicado como forma de relembrar os 60 anos do golpe militar que deu início à ditadura que durou 21 anos e deixou marcas que ainda persistem entre nós, e dos 45 anos da Lei da Anistia, sancionada após ampla mobilização social, ainda durante a ditadura militar, pelo então presidente João Batista Figueiredo, Um Novo Tempo traz relatos fundamentais para lembrar e relembrar o que aconteceu entre 1964 e 2023, o que a ditadura destruiu e ainda continua tentando. As lembranças dos tempos de luta permanecem e reafirmam a importância da democracia e do Estado de Direito, sobretudo nos dias atuais.
Dividido em três seções (A esperança equilibrista, Choram Marias e Clarisses e Não há de ser inutilmente), a primeira traz uma seleção de textos publicados no livro Sobrevivi para Contar, de 1999, data em que se comemorava os 20 anos da anistia, e que aborda a relevância dos textos ainda hoje e a importância dos relatos de pessoas que tiveram suas vidas transformadas pela ditadura, um testemunho deste momento. A segunda seção reúne textos produzidos por conta dos 50 anos do golpe, em 2014, que nunca foram publicados e agora estão disponíveis para o público. Já no terceiro bloco foram contempladas análises e olhares históricos desses 60 anos do golpe e dos 45 anos da anistia.
Como afirmam os organizadores, ‘a obra, mais do que uma denúncia, é um instrumento de conscientização para os mais jovens que não viveram este período sombrio de nossa história, onde milhares de cidadãos foram perseguidos, torturados e mortos’.
Despre autor
Daniel Souza é designer e produtor de cinema. Coordenou diversas campanhas na área de direitos humanos. Faz parte da Ação da Cidadania há 30 anos, sendo presidente do conselho da entidade desde 2011. Produziu 15 documentários sobre temas sociais como saúde, fome, direitos humanos e violência. Tem 7 livros publicados sobre ditadura, a Ação da Cidadania, além de biografias.
Gylmar Chaves é escritor, poeta, pesquisador e palestrante. Autor de 23 livros, por 15 anos pesquisou sobre Bárbara de Alencar — avó do romancista José de Alencar, foi a primeira presa política do Brasil. Idealizador e coordenador da Coleção Pajeú — livros biográficos e históricos sobre os bairros de Fortaleza-CE, também se dedica ao projeto Vamos falar de amor.
Paulo Abrão é doutor em Direito e professor especialista em direitos humanos. Atualmente é diretor executivo do Washington Brazil Office. Antes, atuou como Secretário Executivo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, Diretor do Instituto de Direitos Humanos do Mercosul e Secretário Nacional de Justiça. Foi membro do Grupo de Trabalho para a criação da Comissão Nacional da Verdade e presidente da Comissão de Anistia.