Este livro comenta filmes de diferentes procedências nacionais (URSS, Alemanha, EEUU, Japão, Suécia, França, Itália e Irã) à luz do Conhecimento Histórico. São obras distribuídas internacionalmente, remetendo a olhares e problemas de seus países de origem e convidando espectadores de múltiplas nacionalidades a pensarem junto com eles. São ainda formas reflexivas de se conhecer recortes desses países, incentivando o espectador a uma recepção crítica. Dentre os títulos abordados, há obras-primas da cinematografia mundial: outubro, Rastros de Ódio, O Sétimo Selo, Hiroshima Meu Amor, Rocco e Seus Irmãos, Blow-Up e Morte em Veneza. Outros, em escala artística mais modesta, suscitam também importantes debates sobre grandes questões humanas. Eles ajudam o espectador brasileiro a entender trajetos internacionais da linguagem cinematográfico e a situar produções nacionais nesse universo. Sua circulação, no Brasil, correspondeu por muitas décadas a um momento histórico de exibição de filmes em salas públicas. Na atualidade, essa tradição tende a diminuir radicalmente e a se deslocar para circuitos especializados – cineclubes, centros culturais etc. A tendência mais recente das salas públicas ainda existentes, em shoppings e espaços similares, é de apresentar quase apenas grandes produções norte-americanas e desdobramentos brasileiros de programação televisiva, com poucas exceções. Uma maior diversidade cinematográfica sobrevive em circuitos universitários, festivais, cineclubes e promoções ou entidades dessa natureza, além da exibição doméstica em televisão, vídeos e similares. Falar sobre esses filmes é retomar aquela diversidade de origens e contribuir para a reflexão crítica sobre esse universo artístico e cultural, que não fica restrita à sala de aula.
Despre autor
Marcos Silva nasceu em Natal, RN, e vive em São Paulo, SP, desde 1970. Começou a lecionar na FFLCH/USP como Professor Assistente Mestre, em 1983. Em 2007, tornou-se Professor Titular de Metodologia da História nesta instituição. Realizou Pós-doutorado na Université de Paris III (Institute des Hautes Études de l’Amerique Latine). Participou de congressos e ministrou cursos em Angola, Equador, Espanha, EEUU, França, Grã-Bretanha, Israel, Líbano e vinte e quatro estados brasileiros. Publicou sete livros individualmente, dentre eles, Rir das ditaduras – Os dentes de Henfil (Intermeios, 2018); um livro em parceria com Selva Guimarães, Ensinar História no Século XXI (Papirus, 2007, várias reimpressões); e organizou vinte coletâneas, uma delas é Ditaduras do Cinema (LCTE, 2016). Realiza e orienta pesquisas sobre Imprensa, Artes, Ensino de História, Historiografia e problemas paralelos do Brasil nos séculos XIX, XX e XXI