Na psicanálise, o sujeito que é convocado a ‘se dizer’, é, por definição, em falta de identidade. ‘Que sou?’ é a sua questão, mas, sendo somente representado por suas palavras, seu ser está ‘sempre alhures’, em outras palavras, por vir. Paradoxo, portanto: busca-se pela fala a identidade de um ser que não é identificável na fala. Não importa que ele tenha um corpo e que seja tomado por distúrbios que a psicanálise, de Freud a Lacan, identificou muito bem e que, não por acidente, se nomeia como repetição e sintoma, e que desloca a questão da identidade porque Um real aí está em jogo.
Yazar hakkında
Colette Soler pratica a psicanálise. Agrégée da Universidade em filosofia, diplomada em psicopatologia e doutora em psicologia. Foi seu encontro com o ensino e a pessoa de Jacques Lacan que a fizeram escolher a psicanálise. Foi membro da antiga Escola dissolvida por Jacques Lacan em 1980 e, após a cisão com a AMP em 1998, esteve na origem do movimento dos Fóruns do Campo Lacaniano e de sua Escola Internacional de Psicanálise.