A interpretação dos capítulos 14 e 16 de S. João tem por objetivo trazer a mensagem bíblica para a situação concreta da comunidade, para esclarecer as consciências, consolá-las e formá-las. O autor enaltece o evangelista porque este, mais do que outros evangelistas, trata de como a pessoa pode, de fato, encontrar Deus e abraçá-lo, subsistir perante ele e ter certeza de sua graça, e fundamentar nisso o coração e resistir a todo tipo de tentação. Além de ser uma obra destinada para o mundo acadêmico, ela é, acima de tudo, uma obra para a vida de fé.
A prelação sobre a Primeira Epístola de João surgiu num momento difícil para o movimento da Reforma. Adversários opunham-se a doutrinas apregoadas pela Reforma. Em sua prelação, Lutero posiciona-se frente a teólogos adversários e outros movimentos, entre eles os entusiastas, espiritualistas fanáticos que reclamavam um acesso direto a Deus, sem intermediação da Palavra e dos sacramentos, e os cerintistas que negavam a encarnação e pregavam a salvação pelas obras.
I João é uma epístola doutrinal, sem, no entanto, esquecer, em momento algum, o aspecto poimênico pastoral.
Mục lục
Apresentação
Introdução Geral
Siglas e abreviaturas
Os capítulos 14 e 15 de S. João, pregados e interpretados pelo Dr. Martinho Lutero e Capítulo 16 de S. João, pregado e explicado
– Introdução de Albérico E. G. F. Baeske
Tradução: Hugo S. Westphal e Geraldo Korndörfer
Preleção sobre a Primeira Epístola de João
– Introdução de Osmar L. Witt
Tradução: Geraldo Korndörfer
Giới thiệu về tác giả
Martinho Lutero, em alemão: Martin Luther (Eisleben, 10 de novembro de 1483 — Eisleben, 18 de fevereiro de 1546), foi um monge agostiniano e professor de teologia germânico que tornou-se uma das figuras centrais da Reforma Protestante. Levantou-se veementemente contra diversos dogmas do catolicismo romano, contestando sobretudo a doutrina de que o perdão de Deus poderia ser adquirido pelo comércio das indulgências. Essa discordância inicial resultou na publicação de suas famosas 95 Teses em 1517, em um contexto de conflito aberto contra o vendedor de indulgências Johann Tetzel. Sua recusa em retratar-se de seus escritos, a pedido do Papa Leão X em 1520 e do imperador Carlos V na Dieta de Worms em 1521, resultou em sua excomunhão da Igreja Romana e em sua condenação como um fora-da-lei pelo imperador do Sacro Império Romano Germânico.
Lutero propôs, com base em sua interpretação das Sagradas Escrituras, especialmente da Epístola de Paulo aos Romanos, que a salvação não poderia ser alcançada pelas boas obras ou por quaisquer méritos humanos, mas tão somente pela fé em Cristo Jesus (sola fide), único salvador dos homens, sendo gratuitamente oferecida por Deus aos homens. Sua teologia desafiou a infalibilidade papal em termos doutrinários, pois defendia que apenas as Escrituras (sola scriptura) seriam fonte confiável de conhecimento da verdade revelada por Deus.[1] Opôs-se ao sacerdotalismo romano (isto é, à consagrada divisão católica entre clérigos e leigos), por considerar todos os cristãos batizados como sacerdotes e santos.[2] Aqueles que se identificaram com os ensinamentos de Lutero acabaram sendo chamados de luteranos.