Em breves palavras, o autor coloca uma questão fundamental para a nossa vida: a aceitação dos próprios limites. Propõe recuperar a realidade do limite e reconciliar-nos com ela. Nós existimos somente enquanto limitados. Nascemos e morreremos, porque somos limitados no tempo. Temos um corpo cujos contornos definem a nossa fronteira com o mundo que nos circunda, e isto nos diz que somos limitados no espaço. Quereríamos ser capazes de amar mais, relacionar-nos de modo diferente, mas a cada dia fazemos a dura experiência de ‘ser feitos assim’ (cada pessoa tem a sua história, a sua estrutura psicológica, o seu caráter, as suas doenças interiores…): somos limitados no amor.
É fundamental conseguir compreender a importância – em nós e fora de nós, nas nossas relações – da presença dos limites, das feridas, das zonas de sombra; entender, à luz da mensagem evangélica, que tudo do nosso e do mundo interior alheio está marcado pela sombra e pelo limite, é a nossa única riqueza, e que precisamente então que é possível fazer a experiência da nossa salvação. Enfim, que não existe nada dentro de nós que mereça ser jogado fora.
O estilo simples e provocativo torna a leitura agradável e, de alguma forma, indispensável em nosso tempo marcado pela pressa e pelo desejo de perfeição.
About the author
Paolo Scquizzato pertence à comunidade dos sacerdotes de Cotolengo e se dedica à formação espiritual, em particular dos leigos. Dirige a Casa de espiritualidade ‘Mater Unitatis’ de Druento.